Na quinta feira de manha, dia 27,
embarquei rumo ao Brasil para pegar meu voo para Russia. O vôo de Miami até BH
foi bem tranquilo e do meu lado tinha um brasileiro muito gente boa o que
ajudou a fazer o tempo passar mais rápido. Chegando em BH o plano era encontrar
minha mãe, pai e irmã no aeroporto para conversar um pouquinho antes de seguir
para os próximos 32 dias de viagem. Bem, o plano ficou sendo só um plano porque
um daqueles absurdos brasileiros aconteceu antes mesmo que eu conseguisse sair
do desembarque. Sabe aquelas coisas que acontecem e você, por mais que ame o
Brasil, logo pensa “Que país ridículo eu moro....”. O que houve foi o seguinte:
ao voltar para o Brasil eu deixei minha mala de roupas sujas em Miami porque
queria sair correndo para aproveitar o tempo com a minha familia e não ter que
ficar esperando horas pela bagagem na esteira. Cheguei apenas com uma malinha
de mão e o fiscal da Receita mandou eu passar no raio X. Não tinha nada demais
na minha mala, apenas umas roupas que nao queria ter deixado pra tras, produtos
de higiene, uns 2 pares de sapato e o troféu do fiscal: meu Macbook Air. O
estimado fiscal não exitou e já foi logo mandando eu pagar imposto do meu
computador e eu bem calmamente tentando explicar “Meu amigo, esse computador é
da época que eu ainda ganhava mesada, está todo sujo e muito obviamente, como
você pode ver, não foi comprado nos últimos 6 dias”. Porém o cidadão só via
cifras pulando na sua frente e longe de qualquer razão não perdeu seu tempo e
já foi pesquisar no site da Apple quantas Dilmas ele ia embolsar. Acontece que ele não achou o meu computador no site a venda porque, como disse,
ele é de épocas longíquoas e distantes. Não satisfeito, ele resolveu olhar no Amazon.
Advinhem: também não achou resultado nenhum...Nesse meio tempo eu continuava
explicando que era um computador velho e sequer um computador de verdade porque
era um Macbook Air, nem era Pro, mas ele NÃO DESISTIA e a minha paciência foi
chegando ao fim. Ele disse que de qualquer forma eu teria que pagar o imposto,
mesmo sendo usado, porque eu não tinha o comprovante de que paguei o imposto
alguma vez na vida (OI?? Agora a gente
tem que andar com Nota Fiscal até de meia furada na bolsa?) e que o computador
era considerado de uso profissional (!!!!!!). Pedi para ele me mostrar onde
falava que eu deveria pagar imposto de coisa usada se estava escrito de todo
tamanho “COMPRAS NO EXTERIOR ACIMA DE USD500” e já estava mais que comprovado
que o computador não era uma compra no exterior porque ele era velho, cacete de
aguia!!! Ele me chamou de topetuda por querer ver a legislação e não
simplesmente tirar 250 dolares do forevis e dar pra ele... Enfim, o cidadão azedou
meus planos de encontrar minha familia que estava me esperando do lado de fora
da sala e quando estava faltando 15 minutos para o meu voo para SP eu desisti
de tentar argumentar com tamanha ignorância, mandei ele apreender meu
computador e em meus pensamentos,
solicitei que fosse à pqp. Tem coisas que só acontecem no Brasil né? Enfim,
tenho 45 dias para voltar em Confins e tentar conversar com uma pessoa mais
sensata e reaver meu computador por bem...Se não, em breve nos veremos em algum
Juizado Especial por ai...
Passado o stress do dia, consegui
chegar no próximo avião quando já estavam chamando meu nome no alto-falante.
Nessa correria consegui muito porcamente dar um oi, tchau e expressar
profundamente minha indignação com o ocorrido para minha familia. Chegando em
SP tudo ocorreu calmamente para amaciar meus ânimos e o voo para Doha saiu no
horário certinho.
A Qatar é realmente muito boa
companhia area, mas eu ainda prefiro a Turkish. Vamos ver se na volta ela me
surpreende mais.
No voo tinha um casal de chineses
do meu lado e a moça falava espanhol, então deu para conversar um poquinho. Em
Doha, quando a escala é muito grande, a própria Qatar arruma hotel e vistos
para que possamos sair do aeroporto e descansar direitinho. Ao pegar o shuttle
para o meu hotel, conheci 2 brasileiros que estavam indo para a China a
trabalho. Mais uma vez dei sorte com gente fina cruzando meu caminho e
proseamos um pouco e depois fomos jantar antes de dormir. O hotel era no centro
da cidade, então deu para ver um pouco como Doha é. Muito moderna, predios bem
extravagantes, alguns edificios/monumentos árabes...Foi bem interessante poder
ver ao menos um pouquinho o Qatar.
Matéria ensinando como rezar durante voos.... |
Galera indo a loucura no DutyFree de Doha |
Só deserto.. |
O voo para Moscou foi num avião
menor e o russo do meu lado apenas dormiu profundamente. Na imigração o oficial
não falou um “a” comigo e já carimbou meu passaporte...Ao chegar no aeroporto
vi que a Rússia também tem em comum com o Brasil um ultra-lento mecanismo de
devolução de bagagens. Minha mochila demorou pelo menosuns 50 minutos para dar
as caras. No entanto, passado esse deslize de eficiência, vi que os russos dão
um baile na gente quando o assunto é transporte. O aeroporto é conectado ao
centro por um trem (~USD10) e de lá tem uma vasta malha de metrô para todos os
cantos da cidade.
Depois de andar pro lado errado
do hostel com 15 kgs na costa e -1 de temperatura, uma alma caridosa me guiou
para o lado correto e finalmente cheguei ao hostel por volta das 15h do dia
29/03.
No próximo post conto mais sobre
Moscou!
Até mais!
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